A Lactose

A lactose é o açúcar do leite. É um dissacarídeo ou seja, é formada pela união de duas moléculas: a glicose e a galactose. Para que um açúcar possa ser absorvido pelo intestino delgado, devem estar na forma de monossacarídeos ou seja, formado por uma só molécula. Os três monossacarídeos que o intestino delgado absorve são a glicose, a galactose e a frutose.

Portanto, a lactose do leite e, especificamente do leite vaca deve ser desdobrada em seus compontes que são glicose e galactose. Para fazer essa quebra, na altura do intestino delgado existe uma enzima chamada lactase que permite desdobrar a lactose em seus dois componentes os quais, são absorvidos pelos tranportadores proteicos de membrana que nesse caso é o SGLT1. Esses transportadores estão incrustados na membrana apical dos enterócitos e absorvem a glicose e a galactose. Os enterócitos são as células que revestem a superfície do intestino delgado e são encarregados de absorver os nutrientes de nossos alimentos.

Nos pacientes diagnosticados com intolerância à lactose, por vários motivos, essa enzima é inexistente ou existe em quantidade insuficiente o que faz com que a lactose que não é hidrolisada siga para o intestino grosso. Quando chega ali, a flora intestinal faz a hidrólise em seus componentes e surgem ácidos graxos de cadeia curta e uma série de gases. Essas substâncias não são bem toleradas pelo intestino grosso gerando a sintomatologia dos pacientes com intolerância à lactose.

Hoje em dia, a indústria de laticínios tem solucionado esse problema com os conhecidos leites sem lactose e seus derivados. Esse leite é submetido a um processo de hidrólise usando a lactase, resultando num leite que não terá a lactose e sim glicose e galactose. Quando se ingere, não haverá problemas porque o que chega ao intestino delgado não é a lactose e sim glicose e galactose que são monossacarídeos.

Atualmente vemos disponível leite, iogurtes, queijos e manteigas sem lactose o que, soluciona o problema em parte. Às vezes, inicialmente pode existir uma certa incapacidade para absorver as gorduras e até os açúcares. Por isso, muitas vezes ao ingerir esses alimentos, eles não se assentam bem e isso se dá pelas gorduras que têm. Nessa etapa, é aconselhável ingerir leite sem lactose e desnatado, assim como iogurtes em lactose e desnatados. O leite sem lactose não é isento de açúcar. Só houve um desdobramento e, em 250ml de leite, existe 12 a 13g de açúcares que é comum não haver capacidade de absorção nas primeiras semanas e a sugestão é reduzir a quantidade ingerida para 100 a 150ml.

A mesma indústria de laticínios confirma a presença de certa quantidade de galactooligossacarídeos (GOS) que, deve ser levado em conta ao preparar o primeiro alimento do dia.

Deve-se observar nos supermercados no item “ingredientes” dos produtos, a presença da lactose. E o mais assustador é que a lactose está presente numa grande quantidade de produtos como salsichas, presuntos, medicamentos, suplementos alimentares, etc. É obrigatório sempre ler as etiquetas.

Há também um grupo de pacientes com intolerância à lactose que quando ingerem leite e iogurtes em lactose, não se sentem bem. Nesse caso, o ideal é recorrer a um leite vegetal (de arroz, aveia, avelã, amêndoa, coco, alpiste e outros mais). Você pode escolher qualquer um mas é melhor que no início escolha um que tenha bem pouco açúcar sem deixar de observar os que tem adição de açúcar não apto. Também é de extrema importância destacar que existem leites com aditivos e é ideal escolher um que não tenha aditivos. Na etapa restritiva deve-se evitar até queijos sem lactose pois eles tem elevado conteúdo de gorduras que fazem sua digestão ser difícil. Caso encontre algum com baixo conteúdo em gorduras, é preferível.

As enzimas lactase podem ser usadas eventualmente quando desejar comer algo que contenha lactose.