Você ainda ingere óleo de soja?

Durante bom tempo da minha vida não usei óleo de soja nos meus alimentos em casa. Mas é impossível sair pra comer sem que os alimentos sejam feitos no óleo de soja, ou cair nos salgados como pão de queijo e petas feitas com o mesmo óleo. Enfim, por seu baixo custo, esse óleo está impregnado na sociedade e em todos os restaurantes. É tão comum que acabou sendo citado em ingredientes nas embalagens simplesmente como "óleo". Como se qualquer óleo pudesse ser consumido por todas as pessoas. Quando muito, é citado como "óleo vegetal". Felizmente, a indústria foi obrigada a alertar nos rótulos: Contém soja ou derivados de soja.

Porque estou comentando tanto sobre o óleo de soja? Porque hoje eu fujo desse ingrediente como o "diabo da cruz". Eu e ele tivemos uma saga muito recente. Soja é o ingrediente mais especial do cardápio de um intolerante à frutose: fuja dele em todas versões. Enquanto se deve evitar o milho mas o óleo deste é permitido, o soja é a treva desses intolerantes, incluindo todos os derivados, dentre eles o óleo de soja.

Vou contar minha saga:

Precisamos muito de Vitamina D, essencial para a saúde global mas, para possuir uma quantidade razoável de vitamina D é necessário exposição solar constante, um fígado, rins e paratireóides sem alterações. A vitamina D proveniente da pele e da dieta é metabolizada no fígado e seu composto, no rim, com a ajuda do paratormônio (PTH), origina a forma ativa desse hormônio. Ocorre que, em uma das minhas crises, me deparei com a seguinte combinação: vitamina D baixa (25 na leitura 25-hidroxivitamina D), acidose metabólica e acidose lática, dentro outros problemas. Eu já havia retirado quase a totalidade de frutose da minha dieta. A minha opção mais radical foi ser radical. Resolvi em teste, retirar o pão de queijo, a peta e todos os biscoitos de sal e água (que já eram poucos) da minha dieta.

Tive dores musculares em seguida e, ao fazer os exames de rotina (pro meu caso), meu HCO3 (bicarbonato), diretamente ligado ao controle ácido base do corpo, entrou nos níveis normais. Era um item que há muito vinha apresentando baixas. O maior problema e aí foi relacionado com a radical retirada de traços de soja e óleo de soja, foi o número da minha vitamina D que deveria ser pautado num máximo de 100. O resultado era 480. Era assunto pra contatar meu médico imediatamente que, acreditou ser erro de digitação. Ledo engano. O resultado passou por uma junta médica, teve que ser diluído pois o equipamento não conseguiu ler a amostra pura e o resultado era esse mesmo. Qual minha saída?

Pensei: foi o óleo de soja! O que eu podia fazer? Tinha adiante uma nova experiência metabólica e não sabia o que fazer com ela. Comer o pão de queijo com óleo de soja pra baixar essa vitamina D? Esperar? Esperei! Um mês depois, havia caído um pouco e assim foi a cada mês. Caindo... checando com mais laboratórios pra contraprova. Era uma situação real. Sintomas, não dá pra explicar porque quem já vem com sintomas durante toda a vida, não sabe conceituar ao certo o que está acontecendo.

Senti mais forte a fraqueza muscular. Meu joelho esquerdo se fragilizou mais ao ponto de precisar de bengala pra conseguir caminhar. Foi um período complexo em que não podia deixar de fazer as coisas que fazia.

Mas enfim, dando-se tempo ao tempo, essa vitamina chegou a níveis seguros, me vi livre da acidose metabólica e lática mas numa luta intensa com outras sequelas que nos limitam e eventualmente causam alguma limitação ou dificuldade no dia-a-dia. O fundamental é dominar sua dieta pra que tenha uma vida relativamente normal.

O custo? Fazer sua própria comida. Sem tréguas. À vezes suportando a monótona repetição e fazendo de conta que a moda de comer não existe. A moda gourmet que as pessoas nem percebem.

Fica aqui o relato e o conselho: retire todo sinal de soja, não compre produtos com item "óleo" ou "óleo vegetal". É algo que pode estar fazendo muito mal.